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sexta-feira, 11 de março de 2011

Entrevista com a Grafiteira Cely







O Blog Da Baixada continua sua homenagem na semana da mulher entrevista guerreiras que fazem a diferencia nas cenas hip hop, reggae e literatura na cidade de Belém. Agora conversamos com umas das maiores grafiteira da cena hip hop. Marcely, mais conhecida como Cely. Esbanja criatividade, originalidade e atitude em seus grafites produzido em inúmeros muros da cidade conheçam um pouco dessa guerreira que representa muito as grafiteira de Belém e da Amazônia.        

Da Baixada- Como começou sua trajetória no grafite.
Cely - Conheci o grafite quando tinha 13 para 14 anos através de um garoto da minha sala que viu que eu desenhava, ai ele me perguntou se eu não tinha vontade de grafitar, ele me apresentou para um amigo dele que grafitava e é B. Boy (o nego Boy) que me deu umas apostilas para estudar sobre o que era o grafite e a história. Desde então foi o quis fazer.Naquela época tinha muita vergonha, mais com o tempo fui me acostumando.

Da Baixada - quanto tempo você faz grafite.
Cely - Considero o meu 1º grafite (decente) que eu fiz aos 16 anos. Então são 10 anos completados esse ano.
 Da Baixada - Quais as dificuldades para uma mulher se tornar grafiteira em Belém.
Cely - As pessoas (os homens principalmente) acham  logo que você ta ali porque você namora alguém que faz grafite, muitas vezes rola aquela pergunta de espanto, ”-Você faz grafite?”. Ou perguntam  quem foi que me ensinou a grafitar?E no próprio meio eu percebo umas formas de tratamento diferenciado dos demais, às vezes é o simples espaço que se tem  no muro ou que não se tem.. São pequenas coisas que para mulher é muito,. E se a mulher  ficar parada e não meter a cara ela nunca vai pintar, e para  grafitar na rua sem autorização muitas vezes é necessário ter atitude mesmo e coragem porque todo mundo fica olhando quando tem alguém pintando na rua se for mulher então... Dificuldades sempre vão existir.

Da Baixada - Porque você faz uma bonequinha como personagem tem uma mensagem especial nela.
Cely - No grafite existe os estilos, que são vários, o grafite é uma arte democrática, e o meu estilo é o bebs (bonecos). Eu a faço para identificar como um grafite feminino, porque os homens vão pro estilo das letras, e a mensagem sempre varia com o lugar, com o que eu penso ou vi por ai... Homenagem.

 Da Baixada - Qual foi sua maior dificuldade em sua correria como grafiteira.
Cely- Consegui um espaço, mostrar que as mulheres também sabem fazer arte, e que existe espaço para todo mundo.

Da Baixada - Você se considera uma artista plástica profissional.
Cely- Artista Profissional sim, agora grafiteira tenho muito que evoluir, a técnica aperfeiçoada só com o tempo mesmo.
Da Baixada - Você acabou de passar no vestibular na UFPA, o que você acha das discussões dos acadêmicos em relação à cultura hip hop.
Cely - Olha eu passei e tomei um “susto” porque eu cheguei em um meio que eu não conheço ainda ninguém praticamente, e todos já  conhecem o meu trabalho, alunos, professores... E de cara eu já percebi que o sistema lá é forte, um ateliê de arte onde as paredes são brancas. Comecei a questionar, o que os alunos de arte fazem lá, cadê o resultado dos trabalhos dos estudantes de arte? Ou pelo menos manifestação artística dos alunos, tem professor que e contra e outros não.
O hip hop, eu percebi que não se tem um interesse em dar um  espaço, mesmo porque não tinha ninguém que fosse do Hip Hop para questionar a falta desse espaço. O próprio grafite, não é permitido, têm algumas pinturas antigas do lado de fora, mais ha todo um protocolo acadêmico que você tem que seguir, confesso que to incomodada, para quem  ta acostumada a pintar sem pedir permissão.

Da Baixada - como e ser mãe e ser grafiteira ao mesmo tempo
Cely- Difícil mais não impossível!
Da Baixada - onde foi o local que você mais gostou de grafitar
Brasília-DF
Da Baixada - deixe um recado para as minas que queiram se tornar grafiteira
Cely - Comprem umas latas, procurem sair com alguém que já pinte se for pintar sem permissão, se não conhecer ninguém que pinte peça permissão. Mais não deixem de sair, as ruas precisam de mais pinturas e arte.

Um comentário:

  1. Muito massa
    vc é um mais um exemplo muito lindo do Ser Mulher. Eu qndo tinha meus 17 anos de idade cheguei a fazer uma oficina de grafite, na época o Cores de Belém, mas, a vida me levou pra outros caminhos, sempre ligados a arte e isso q é importante, eu me destaquei dentro da cultura Hip Hop, mas, em outra vertente. Bjkas e meus parabéns!!

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