Entrevista com DJ Fantasma

O Blog Daabaixada fez uma entrevista com uns dos melhores DJs da cultura hip hop Mais conhecido no meio artístico como DJ Fantasma, iniciou sua carreira junto à música no ano de 2000, quando em quase todas as festas de amigos que participava, acabava tomando conta da parte sonora das mesmas e logo em outros particulares, ali nascia à carreira de DJ. Em 2002 foi convidado a participar do grupo Sequestrodamente e foi um dos idealizadores do grupo Clã Real. A partir daí começou a ganhar destaque, tocando sempre nas maiores festa e eventos de Hip Hop do estado do Pará, sempre tendo em mãos um amplo repertório que varia do Hip Hop às novas vertentes como Reggaeton, Ragga e Dancehall. Como conseqüência de seu envolvimento com a pista, seu conhecimento e pesquisa o fez em pouco tempo ingressar na área de produção musical, sendo o primeiro a produzir batidas e músicas do gênero Hip Hop no estado do Pará, inovando o Hip Hop da região Norte, com misturas que vão da Salsa, Cumbia, Guitarrada, passando pelo Brega, Tecnobrega até o Carimbó, transformando o Hip Hop também em cultura musical paraense. Vejamos como foi esse papo.

Daabaixada - Quando foi que você começou a tocar?

DJ Fantasma- Comecei a tocar no ano 2000, nas festas de alguns amigos, depois fui recebendo convites particulares e assim fui construindo minha trajetória até onde vocês conhecem.

Daabaixada - Você já teve experiências com três grupos de rap, comente as diferenças.

 DJ Fantasma - Na verdade tive experiências em alguns grupos como R.I.M.A. onde comecei a tocar como DJ de grupo, depois recebi o convite do Expressão Verbal que já era uma galera  que estava entre os precursores aqui em Belém, depois virem o Sequestrodamente e o Clã Real dentro do Rap, e outra bandas de outros estilos como o Alma Livre Sondy System. que também construiu um história na música negra paraense. Cada um desses grupos ou bandas tinha seus respectivos estilos e diferenças, mas todas me trouxeram grandes experiências tanto musical como comportamental. Todos foram muito importantes na minha vida, principalmente o clã real.

Daabaixada - Como você ver a cena do rap em Belém?

DJ Fantasma- Com muita tristeza, o rap aqui deu uma levantada em 2009, mas de 2010 em diante, começamos a ter umas perdas relevantes, hoje não temos bailes, os grupos e mc’s estão tentando fazer alguma coisa, mas está muito difícil, e infelizmente uma grande maioria da galera está conformada com muito pouco, ainda estão satisfeitos com uma caixa amplificada que é oferecida para a organização de um evento, enquanto a marca ou sigla de algumas entidades é bem maior na propaganda do que as próprias caixas amplificadas não sabem se todos irão entender o que estou dizendo, mas os verdadeiros que estão na luta vão sacar qual é o papo. Pois o oportunismo ainda é muito grande em cima do Hip Hop.

Daabaixada- Qual foi o show que você  sempre quis tocar mas não foi convidado?

DJ Fantasma - Up Smoke 2002 do Dr. Dre, ice cube e Eminem (risos), brincadeira, mas acho que foi o show do costa a costa aqui em Belém, já que eu fui um dos caras que trouxe a mixtape deles e divulguei bastante o grupo aqui e enchia o saco da galera pra trazer eles (risos novamente).

Daabaixada- Qual a diferença de tocar para os playboys e para periferia?

DJ Fantasma - Tem bastante diferença entre esses públicos, os boys têm mais empolgação nas festas, mas a periferia tem a essência, então entre a empolgação e a essência eu prefiro ficar com a essência. até porque o rap é da periferia e eles nunca não entender realmente.

 Daabaixada - O que acrescentou na sua carreira ter participado da NRP?

DJ Fantasma - A NRP foi fundamental na minha carreira, me trouxe novas experiências, aprendizado, coerência e auto-afirmação. Agradeço muito a todos da NRP pelo que sou hoje

Daabaixada- E sua filha o que ela está representando agora.. Te dá novas inspirações?

DJ Fantasma - Minha filha é minha vida, ela é minha inspiração.

Daabaixada- E sobre a polêmica do Prêmio Preto Ghoez.. O que você  achou da exposição nacional da NRP e do hip hop em Belém?

DJ Fantasma - (risos) faz parte de qualquer vitória, a inveja do adversário. Porque parece que é assim que algumas pessoas do hip hop se manifestam, como adversários. O hip hop é muito maior que esse tipo de coisa, aqui tem cara que se acha a representação maior do hip hop paraense e também tem pessoas que se beneficiaram muito da NRP e hoje ficam criticando. Mas na real o hip hop não tem representação maior ou menor, tem que faz e quem só ta pra criticar. A maioria não quer reconhecer, mas a NRP deu uma alavancada no hip hop paraense trazendo grandes nomes do rap nacional, organizando os festivais norte nordeste que foi um grande conquista, oficinas, debates, e os bailes que sempre foram os melhores e sempre ajudou e contribuiu nos eventos de outras entidades, criou uma história que nenhum cuzão vai apagar.

Aqui deixo meus parabéns a todos os vencedores paraenses do Prêmio Preto Ghoez.

 Daabaixada- Cite três CDs de rap que revolucionaram  o rap nacional nesses últimos 10 anos.

DJ Fantasma:

Sabotage - Rap É Compromisso - Pela prova que o Rap pode auxiliar na vida de uma pessoa.

MV Bill – Falcão – Pelo contexto

Costa a Costa – Sexo, drogas e violência – Essa mixtape em minha opinião, revolucionou o rap brasileiro em todos os sentidos.

 Daabaixada - Quais suas vitorias e derrotas no hip hop?

DJ Fantasma- Eu tive mais vitórias do que derrotas, entre as vitórias que eu mais considero estão às amizades que conquistei, e entre as derrotas posso citar essa apatia do rap paraense nos dias de hoje

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djfantasma.pa@gmail.com