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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O assobio Da Matintaperera





Todo mundo tinha medo da ultima casa no final da rua, ela dava certo para o matagal. Sempre fechada de dia, e com uma luz bem fraquinha pela noite, movimentos contínuos de uma velha lamparina, a casa sempre era rodeada com cheiro forte de tabaco misturado a maconha principalmente nas noites sem lua, com chuva e frio. Caleb era um viciado em pasta de cocaína, só fumava pela noite, depois do trabalho, ele tinha que fumar escondido de sua família porque todos eram evangélicos, caleb sempre convidava seu parceiro Tavinho, um jovem iniciante na arte de fumar pasta de cocaína.

- Porra Caleb, tu sempre vem fumar pra cá, pra porra desse matagal, e logo aqui perto da casa da velha que vira porco e matintaperera.
- Deixa de ser medroso, todo mundo falar dessa mulher, que ela vira porco, que vira
matintaperera.
- Merda nenhuma, essa mulher nem morar, mas ai,
- Me passa logo a maconha!

Caleb e Tavinho passavam horas no matagal fumando pasta de cocaína com maconha. Certa vez numa dessas noites ele viu uma mulher nua com cabelos negros no rosto vindo em sua direção com uma voz roca dizia:

- Ei moleque me da uma tapinha ai dessa tua maconha.
- Porra que mulher gostosa!
- cadê ela? Ela desapareceu! Num vou e um assobio estrondoso.

Sorrindo Caleb sempre se lembra desse fato como se fosse uma liga, da maconha boa e da pasta de cocainha que era vendida na boca de fumo do Wagner, ele sempre ia comprar lá no fim do canal, na ultima rua da baixada. Wagner sempre foi temido na baixada já tinha sido preso por dois homicídios e por vários assaltos a bancos, ele comandava a boca que dava mais dinheiro na quebrada, ali vinha viciados de todos os bairros da cidade, ele ficou famoso por matar e destruir varias bocas de fumos de seus rivais ali da baixada. Tem como parceiro Benezinho e Aline. Benezinho era o cara que ficava responsável por sua segurança, já Aline era mina que fazia as finanças, Aline sempre foi apaixonada por Wagner, mas ele só consegue está com ela em seus momentos de solidão. Aline tinha uma cisma, e muita raiva de uma suposta amante misteriosa de Wagner, ela sempre ficava furiosa; porque toda sexta feira Wagner mandava todo mundo ir embora de sua casa, todos sabiam que lá ficava trancada uma mulher misteriosa, o mistério persistia porque Wagner não gostava de tocar no assunto e nunca ninguém tinha visto a tal mulher.

- Wagner você vai receber aquela mulher misteriosa amanhã?
- Porra Aline eu já te falei que não quero que tu fales nesse assunto.
- Porra eu to aqui todo preocupado com o puto do Tonhão.
- Aquele safado: ta aprontando alguma pra me ferrar.
- Porra Wagner então porque você não me deixa ver ela?
- Caralho.. Aline deixa esse assunto quieto, você já fez a contabilidade da semana? a manhã e dia de recolhimento porra!

Toda sexta feira em noites de céu negras sem luas era o mesmo ritual, quando dava meia noite em ponto, Wagner, mandava todo mundo sair da sua casa e apagava luz e deixava sozinha a mulher misteriosa no escuro. Quem passava ali por perto sempre sentia um cheiro muito forte de tabaco e maconha, certo dia numa sexta feira Caleb tinha ido a uma festa na casa de seu primo era uma sexta feira já se passava mas de 1:hs da madruga, Caleb entrou na rua do canal era uma noite sem lua, estava com neblina muito forme, de  repente bateu uma fissura em Caleb.

- Porra to com uma fissura de um fumar uma pasta.
- Mas já ta tarde será que o Wagner ainda tai.

Caleb sempre assobiava antes de bater na porta de Wagner. Ao se aproximar da casa de Wagner, Caleb ouviu um assobio forte perto ao seu ouvido, olhou para traz, mas não viu ninguem, Caleb ficou arrepiado e sentiu um forte cheiro de maconha, misturado com pasta de cocaína.

- Porra o Wagner ta se matando na pasta se der sorte ele vai me dar uma de graça.
- Wagner... Wagner abri ai, e o Caleb.. Porra cara me dar uma de 10

Caleb abril a porta que estava só encostada e viu a casa toda escura, mas lá no cantinho tinha uma mulher de costa com vestido negro e cabelos bem longos no rosto. Ela estava perto de uma vela, não falava nada só fumava um tarugo bem grande de maconha, no mesmo momento baixou um calafrio em Caleb, mas mesmo assim ele perguntou por Wagner:

- Oi moça cader o Wagner?
- Ei moleque ele não ta, mas agora que você falou comigo
- Agora vai ter pagar um preço por isso
- amanhã as seis horas da manhã noite vou passar em sua casa, vou bater na tua porta e você vai ter me dar uma março de maconha com pasta de cocaína.

A voz daquela mulher fez Caleb ficar paralisado, porque ele viu um rosto e uma imagem que fez ele se apavorar e se lembra de seus piores medos. Caleb saiu correndo com olhos arregalados soando frio, correu , correu e só parou quando ouviu uma sirene, era o carro da policia, o policial gritando:

- Mão na cabeça vagabundo.
- para ai, se não eu atiro.
- socorro tem uma mulher estranha naquela casa
- cala aboca vagabundo cadê o Wagner
- fala cadê o Vagner.

Depois de dar uma surra em caleb só policiais decidem invadir a casa de Wagner.

- Ei sargento vi um vulto dentro casa deve ser ele.
- vamos invadir se ele resistir atira pra matar.

Os policiais cercaram a casa de Wagner e pelo um susto viu um vulto de preto passar como um vôo de um pássaro com um cheiro forte de maconha, o vulto preto sumiu no final da rua desaparecendo dentro do matagal. Wagner por ter enganado os policias e não ter mais pago sua parte no final de semana, acabou sumindo da baixada, ninguém sabe se ele está morto ou se mudou de cidade. Benezinho acabou morrendo na mão da policia, Aline esta amigada com um traficante que era rival de Wagner, ela continua com a função de contadora do trafico, Tavinho ficou fissurado mais ainda pelas drogas e trabalha só pra consumir seu vicio, Caleb jura até hoje que viu uma matintaperera, mas agora da o nome a ela de coisa do demônio, ele prega agora em uma Igreja Quadrangular, e em suas pregações diz que lutou com o demônio revestido de mulher porco: a matintaperera, e  que saiu vitorioso, Caleb largou as drogas e sempre anda com uma bíblia na mão. A casa velha no final da rua continua lá, a mulher misteriosa, vira e mexe em noites sem lua, com chuvas e fazendo muitos frios, sempre aparecem próximo a uma boca de fumo, muitos dizem que ela ta mais viciada, muitos dizem ela esta mas  louca, mas a ninguém se atreve a prometer um baseado de maconha principalmente em noites de sexta feira beirando a meia noite.   

Preto Michel       



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